Rubens Barrichello, um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro, compartilhou algumas memórias e reflexões de sua carreira durante entrevista ao Flow Podcast.

Com uma trajetória de sucesso tanto na Fórmula 1 quanto na Stock Car, Barrichello revelou detalhes sobre sua experiência como piloto da Ferrari e seus sentimentos sobre a competição ao lado de Michael Schumacher.

O ex-ferrarista, que foi vice-campeão duas vezes na Fórmula 1, abordou sua relação com a equipe italiana e falou sobre uma de suas corridas mais memoráveis, onde sentiu que estava pilotando o melhor carro da sua carreira.

O melhor carro que Rubens Barrichello pilotou na Fórmula 1

Durante sua passagem pela Ferrari, Rubens Barrichello foi fundamental no desenvolvimento do carro da escuderia, não apenas por sua habilidade em pista, mas também por seu conhecimento técnico.

O brasileiro era conhecido por seu excelente feeling com os carros, o que o tornava uma peça-chave nos testes e ajustes feitos pela equipe.

Ele revelou que tinha um relacionamento íntimo com o carro e, muitas vezes, podia discernir com precisão o impacto de diferentes componentes, como os pneus.

Eu comecei a testar tudo, de todo jeito. Na minha mão, eu conseguia discernir os testes melhor do que os pilotos presentes.

Essa capacidade de “ler” o carro permitiu ao piloto fazer sugestões valiosas para a equipe, ajudando na evolução dos modelos usados pela Ferrari.

Relacionamento de Barrichello com a Ferrari

No entanto, o relacionamento de Barrichello com a equipe nem sempre foi simples, especialmente quando ele queria garantir certos ajustes que julgava ser os melhores, mas não recebia exatamente o que pedira.

Isso porque, claramente, havia um favorecimento a piloto número 1 da equipe, o alemão Michael Schumacher.

Teve hora que eu tive que não optar pelo pneu que eu queria [por estratégia]. Eu falava: “Quero o pneu A e o C”. Na verdade, eu queria o B.

O pneu A era para o Schumacher. Eles pensavam: “Com o B ele pode ser imbatível”. Então, quando pedia A e o C, eles me davam o B.

Ou seja, Rubens Barrichello manipulava a situação com a equipe por estratégia, a fim de obter o melhor desempenho possível. Isso lhe deu sua vitória em Silverstone, em 2003.

Barrichello
Barrichello e Schumacher foram companheiros de equipe na Ferrari entre 2000 e 2005 (Icon Sport)

A vitória de Barrichello em Silverstone: um marco na carreira

A temporada de 2003 foi particularmente marcante para Barrichello, com sua inesquecível vitória no Grande Prêmio da Grã-Bretanha. Para ele, aquela foi a corrida onde sentiu que estava guiando o melhor carro de sua carreira.

A minha vitória em Silverstone em 2003 foi com o melhor carro que eu já tive. Nesse dia, era quase soltar a mão, ele fazia as curvas sozinho.

Barrichello e companhia ainda tiveram que escapar da invasão de pista por parte do padre irlandês, Cornelius Horan, o mesmo que um ano depois se tornaria mundialmente conhecido por evitar o ouro do maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima.

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Autor Eric Filardi

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.