Reginaldo Leme, um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro, sempre teve uma relação próxima com o automobilismo e seus ícones. No entanto, foi uma ocasião específica que marcou o início da amizade entre Leme e Gabriel Bortoleto, um dos jovens talentos do automobilismo brasileiro.

Em uma das competições mais prestigiadas do kartismo, o Campeonato Mundial de Kart, na Inglaterra, Leme teve a oportunidade de ver Bortoleto pela primeira vez em ação. E, como sempre, suas palavras foram diretas, sinceras e repletas de observações precisas sobre o talento do mais novo piloto da Fórmula 1.

Essa é uma história interessante, porque fui levado por uns amigos para ver o Campeonato Mundial de Kart, na Inglaterra, e me direcionaram para ver fulano, sicrano e outros, mas não quero citar nomes. Mas, claro, você sabe que o kart mundial é muito ingrato. Você tem que ser perfeito em cada bateria.

Reginaldo Leme relembra como conheceu Gabriel Bortoleto

A primeira impressão de Leme sobre Bortoleto foi de reconhecimento do potencial do jovem piloto, mas também de uma dura realidade do kartismo.

O [Gabriel] Bortoleto não foi campeão, ele ficou em 3º, porque na última das 11 baterias em que ele competiu, acabou entrando em uma poça de água.

Não foi erro dele, mas é um erro e mostra que, quando isso acontece, o piloto tem que ganhar todas ou ficar entre os três primeiros em todas as corridas.

Apesar da dificuldade, Reginaldo Leme observou Bortoleto com um olhar crítico e, ao mesmo tempo, encorajador. O jornalista via o desenvolvimento do jovem piloto com o passar das baterias.

Vi o Bortoleto fazendo baterias cada vez melhores, vencendo algumas e chegando à final. Foi quando isso aconteceu [entrar na poça], mas ele ainda terminou em 3º lugar.

O primeiro encontro entre Reginaldo Leme e Gabriel Bortoleto

Após a corrida, Leme teve a chance de conhecer melhor Gabriel Bortoleto e a impressão foi imediata. Durante a cerimônia de premiação, ele teve a oportunidade de conversar com Lincoln, pai de Bortoleto.

Eu havia comentado com alguém: “Vim ver outros pilotos e acabei vendo Bortoleto”.

Aí, de repente, apareceu o Lincoln [pai do Gabriel Bortoleto], e disse: “Regi, deixa eu te apresentar meu filho, aqui está o Gabriel Bortoleto”.

Cara de moleque, mas já alto, e um garoto sensacional. E, a partir daí, nos tornamos amigos. Claro, por uma questão de gerações, sou muito mais amigo do pai dele.

Relação de amizade entre Reginaldo Leme e Gabriel Bortoleto

Ao longo dos anos, Leme se aproximou cada vez mais de Bortoleto. Ele passou a acompanhar o jovem piloto em suas jornadas, desde os testes de carros até sua chegada à Fórmula 4 e, mais recentemente, à Fórmula 1.

Bortoleto estava em todas as corridas de Stock, quando não estava correndo. Acho que fui o primeiro jornalista que ele sentiu um apoio direto.

Quando começou a fazer testes de carro, ele mandava alguém filmar e me enviava para perguntar: “E aí, tio, o que você achou?”.

Já estivemos juntos na casa dele, na fábrica da KTF, cerimônias do Lincoln e em um jantar de cerimônia em homenagem a Ayrton Senna, onde sentamos na mesma mesa.

Gabriel Bortoleto e Reginaldo Leme compartilham gostos pessoais

Por fim, Reginaldo Leme e Gabriel Bortoleto compartilham até gostos pessoais. Em um jantar, por exemplo, ambos se viram unidos pelo interesse por relógios e sneakers.

Comecei a gostar de tênis sneakers e comprei alguns. De repente, o Lincoln me disse: “Bortoleto tem uns 80”.

Em Dubai, ele comprou um relógio azul com uma pulseira listrada em laranja, azul e branco e mostrou para nós [Lincoln e Reginaldo] e eu disse: “Tenho um igual”.

Esse último modelo da TAG Heuer que eu comprei, que é o modelo Mônaco, nesse jantar ele me mostrou. E é o relógio do [Max] Verstappen.