“Lamborghini impressionou Senna, mas a McLaren fechou com a Peugeot na F1 por dinheiro”
Ayrton Senna queria o moto Lamborghini na McLaren para 1994, mas a escuderia escolheu a Peugeot (Reprodução/Grok)
Em 1993, a McLaren vivia um período de transição na Fórmula 1. Após o fim de sua parceria vitoriosa com a Honda, a equipe enfrentava a dificuldade de encontrar um fornecedor de motores competitivo para Ayrton Senna.
O motor Ford V8 utilizado naquele ano, embora confiável, não oferecia a potência necessária para mantê-los na disputa com as equipes de ponta. Durante esse cenário, a escuderia buscou alternativas e se aproximou da Lamborghini, que havia desenvolvido um motor V12 promissor para a Fórmula 1.
No entanto, apesar das expectativas e dos testes feitos por Senna, chamando o carro de “inacreditável”, a parceria não se concretizou, levando a McLaren a fechar contrato com a Peugeot, o que resultou na saída de Ayrton para a Williams.
O teste do motor McLaren-Lamborghini e a reação de Ayrton Senna
Segundo Daniele Audetto, diretor administrativo e supervisor do programa de motores da Lamborghini na F1 entre 1989 e 1993, o primeiro teste de Senna com o novo carro fora no Circuito de Pembrey, no País de Gales, em segredo, e elogiou a potência do carro.
Então, em setembro de 1993, Ayrton Senna teve a oportunidade de testar o McLaren MP4/8B equipado com o motor Lamborghini no circuito de Estoril, em Portugal, quebrando o recorde da pista. Em seguida, foram para Silverstone, novo recorde da pista. Mika Hakkinen fez um dos três testes do novo carro.
Senna ficou impressionado com o motor Lamborghini
O piloto brasileiro ficou impressionado com a potência e o desempenho do motor, que se destacava em relação ao Ford V8. Senna descreveu o motor como “confiável e promissor”, sugerindo que, com mais desenvolvimento, ele poderia ser uma opção competitiva para a McLaren na temporada seguinte.
A Lamborghini, com seu motor V12 de 3,5 litros, oferecia uma performance superior que poderia ter colocado a McLaren de volta ao topo da Fórmula 1. Senna tentou convencer Ron Dennis a fechar com os italianos.
O paulistano ficou tão fascinado pelo carro que queria correr com o motor Lamborghini nas últimas duas corridas de 1993, no Japão e na Austrália. Entretanto, por motivos contratuais e logísticos, não foi possível.
McLaren prefere motor Peugeot pelo lado financeiro
Apesar do entusiasmo de Ayrton Senna e das promessas do motor Lamborghini, a McLaren optou por fechar um contrato com a Peugeot para a temporada de 1994.
A decisão foi influenciada por uma série de fatores financeiros e estratégicos, que acabaram pesando mais do que o desempenho promissor do motor italiano. Daniele Audetto detalhou o que disse Ron Dennis:
Daniele, tenho que te dar uma má notícia: assinei com a Peugeot, porque a Chrysler não acreditou em mim e eu tenho que te pagar 50% do motor Lamborghini. Com a Peugeot tenho o motor de graça e me dão 10 milhões para desenvolve-lo.
É uma grande diferença. Tenho que cuidar dos meus negócios e, mesmo que seu motor seja bom, tenho certeza que a Peugeot fará um bom trabalho, porque vão transformar os motores das 24 horas de Le Mans em um motor de Fórmula 1.
O resultado do motor McLaren-Peugot foi a saída de Ayrton Senna
Para a surpresa de muitos, essa escolha não gerou os resultados esperados. A parceria com a Peugeot não deu certo e a McLaren passou por uma temporada difícil.
Ayrton Senna, por sua vez, seguiu para a Williams em 1994, onde enfrentaria desafios com o novo carro. A temporada daquele ano culminaria em um trágico acidente em Ímola, que marcaria o fim da sua carreira.
Embora seja impossível afirmar com certeza, é fascinante imaginar como a história poderia ter sido diferente se Senna tivesse competido com a McLaren equipada com o motor Lamborghini.
Em retrospecto, o teste do McLaren-Lamborghini permanece como um dos grandes “e se” da história da Fórmula 1.
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