Na última semana, a equipe do Esportelândia fez uma homenagem ao dia nacional do basquete (12/10). Consagrado na história do basquete nacional, Nilo Guimarães atendeu o Esportelândia e o bate bola rendeu histórias únicas. História nos tempos da ainda busca por um lugar ao sol no basquete, ambiente na Seleção Brasileira e visão um pouca mais intimista de como era ser um atleta de alta performance ao nível mundial.
Conheça a inspiradora história de Nilo Guimarães, ex-Seleção Brasileira de Basquete

Enfim, confira a interessante versão do multicampeão sobre seus tempos de batalhas e glórias no esporte. Uma inspiradora história para os que estão almejando se profissionalizar no basquetebol.
- Todo mundo tem uma história. Como é a sua? Pode contar algo ao Esportelândia que poucos sabem sobre a vida de Nilo Guimarães?
Esse questionamento seu de como foi para mim, é fantástico. Na verdade, a minha história é um pouco diferente de todas da minha geração. Sou de Mogi das Cruzes, São Paulo, e não tinha equipes de basquete aqui na minha época. Comecei a treinar basquete com um técnico que me ajudou muito e isso me proporcionou ter um sonho. Mas era muito distante, eu assistia à Taça Governador do estado de São Paulo, vi o Hélio Rubens, Zé Geraldo, Mosquito, entre tantos jogadores da época. Era um moleque, tinha uns doze, treinando, mas não jogava filiado a federação até os dezoito anos. Mas eu tinha o sonho de jogar… na seleção, como todo garoto […]
- E como foi esse processo de maturação? Como era na época manter esse sonho vivo, vendo alguns garotos da sua idade obtendo destaque, digamos, mais rápido que você?
De novo, essa pergunta, ela foi muito legal, mexeu muito comigo, porque, depois de um caminho traçado, talvez possa parecer rápido, mas para mim, foi longo e árduo. Buscar um lugar, ter uma oportunidade não é fácil, mas consegui graças a Deus. Aqueles caras que eu via nas taças que vinham da União Soviética, de outros países… eram muitas equipes de altíssimo nível. E já era transmitido pela Cultura, Bandeirantes, enfim. De um momento para outro eu estava no meio desses caras, passando a bola. Convivendo com eles, então isso para mim, foi o máximo. Fiquei hiper motivado e engajado. Um sonho que estava muito distante de mim e foi se aproximando, se concretizando.
- Chegando no profissional e eventualmente na Seleção Brasileira de Basquete, poderia descrever para os leitores do Esportelândia o sentimento de vestir a amarelinha? A qualidade era muito diferente?
É sensacional. Jogar na Seleção Brasileira é bem diferente de jogar em clube. Você tem o olhar de um país inteiro, competições importantes como Pan-Americanos, Sul-Americanos, Jogos Olímpicos, Mundiais… isso tudo atrai a atenção da população. Sobre o desempenho na seleção, difere também. Foi um prazer enorme. Realmente é um olhar de gratidão quando olho para trás. Tiveram derrotas em alguns campeonatos, mas as derrotas não importam, elas fazem parte. Enfim, um sonho mesmo realizado. Disputar o circuito olímpico, todos os torneios, poder ser convocado para a seleção do seu país, isso é um orgulho enorme.
- Para finalizar, visto que sua experiência foi tão bacana no time nacional, o convívio com aquelas lendas, aqueles atletas que foram se estabelecendo na história (como você), como era? No início, especialmente.
Talvez no momento você não dimensione, mas depois, olhando para trás… estar envolvido na nata do basquete do seu país é maravilhoso. E conviver com os caras, na verdade, você fica no meio deles, então acaba não sentindo a diferença. Porque tem o dia a dia, treinamentos, viagens, além dos jogos, claro. No fim, você conhece os caras e acaba se tornando um deles. Então, nesse contexto, aquilo fica super normal, a convivência fica normal. Mas, certamente, é um prazer enorme fazer e ter feito, parte da nossa Seleção Brasileira de Basquete.
Foto destaque: Divulgação/Rio 2016/Fernando Soutello