Esporte e cultura são duas coisas que caminham juntas no mundo. Ou seja, a sua valorização é de suma importância.

Neste sentido, o cacique Zeca Gavião, da aldeia Gavião Kyikatejê, organiza o Festival Safra da Castanha. O evento conta com a realização de várias modalidades esportivas, exposições e pinturas corporais. Além disso, a interação de vários povos indígenas fortalece a identidade, através do intercâmbio cultural. 

A saber, a aldeia é localizada em Bom Jesus do Tocantins. A cidade fica na região Sudeste do Pará, a aproximadamente 500 km da capital Belém.

Esportes disputados no Festival Safra da Castanha

O esporte é um grande aliado na propagação cultural. Além de ajudar no desenvolvimento de habilidades, da disciplina, companheirismo, a prática também é uma forma de preservar costumes. Do mesmo modo, auxilia na união e trocas de experiências entre as pessoas.

Como dito anteriormente, o Festival que acontece no começo de abril conta com a realização de várias modalidades esportivas como: corrida de toras, natação, arco e flecha, lança, canoagem, cabo de guerra, entre outras. As modalidades são disputadas pelos anfitriões e as aldeias convidadas. Veja um pouco das disputas esportivas do evento.

Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.

 

Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.
Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Magno Barros/Aldeia Gavião Kyikatêjê.

Planos para os próximos Festivais

Em entrevista para o Esportelândia, Zeca Gavião contou alguns dos objetivos para o festival. Além de convidar mais povos para fazer o intercâmbio cultural, aumentar a visibilidade do evento, a praça de alimentação já é pensada:

“A praça de alimentação que é onde vai ter todas as comidas que vem da castanha mesmo. Por exemplo, o bolo de castanha, farinha da castanha, óleo da castanha, doce de castanha, castanha assada, o cupuz socado com o leite da castanha. Então tudo isso a gente vai estar lançando pra o ano que vem”.

O cacique Gavião também expôs qual é o seu objetivo como líder de sua comunidade:

“No ano que vem a gente quer trazer pessoas reconhecidas na área de esporte, outro na parte de cultura. Para podermos trabalhar isso para se tornar não somente um festival, mas que se torne um material didático, étnico cultural. Esse é o meu objetivo como representante como cacique da minha comunidade. A gente está trabalhando bastante a respeito disso para que os nossos jovens saibam usar a tecnologia, mas que não perca a nossa identidade”.

A valorização cultural e o fortalecimento

Outra motivação de Zeca Gavião é o fortalecimento cultural e suas tradições. Um de seus objetivos com o Festival da Castanha e outras demonstrações culturais é para não deixar se perder a identidade, tradição indígena.

É que daqui um tempo, pode ser uns duzentos anos, com todos os impactos que temos. Mas que não percamos a cultura e a tradição. Mesmo que nós vamos formar indígenas médicos, advogados, enfermeiros e antropólogos, mas mantermos a nossa identidade. Então é esse o meu objetivo como cacique é assim que eu observo como indígena. […]

Eu tenho que deixar um legado de segurança, um legado que venha garantir a segurança do meu povo para que não se acabe. Por exemplo, hoje nós corremos um risco muito grande e por isso que a questão do fortalecimento. Nós corremos o risco de perder a língua materna. Então por esta razão que nós estamos batalhando pra que nós possamos realmente se fortalecer com esse intercâmbio entre nós.”

Contribuição com o futebol

Além das contribuições citadas, Zeca Gavião também é pioneiro quando o assunto é futebol. O cacique foi o primeiro indígena a comandar um time de futebol no Brasil. Além de ser presidente do primeiro time de futebol indígena do país, o Futebol Clube Gavião Kyikatêjê.

Festival indígena incentiva a prática de esportes e a valorização cultural
Foto: Magno Barros/Oficial Gaviões Kyikatêjê

O pioneirismos da equipe foi reconhecido pela FIFA, entidade responsável pelo futebol mundial. Em 2017, a federação realizou um documentário sobre o Gavião Kyikatêjê, como forma de homenagear a iniciativa indígena. Veja aqui o vídeo feito pela FIFA.

+Dia dos povos indígenas: Conheça esportes tradicionais dos povos indígenas e alguns esportes olímpicos similares