Seria 2022 o ano mais brasileiro do fisiculturismo?

Tudo indica que sim, e para evidenciar com fatos e argumentos, preparamos este artigo onde iremos detalhar a maioria dos grandes campeonatos mundiais e como os brasileiros podem se destacar neles.

Ramon “Dino” na Classic, Rafael Brandão na Open, Diogo Montenegro na Men ‘s Physique, Eduardo Correa e Lucas Correa na 212, além de inúmeras rainhas campeãs em categorias femininas, são alguns dos nomes que dão razão à frase que abriu esse artigo.

Então vamos lá levantar os principais fatos que podem dar oportunidades enormes ao Brasil se tornar o grande potencial de todas as categorias do fisiculturismo mundial.

Prováveis campeãs nas categorias femininas

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Top 5 do Mr.Olympia2021 Wellness com 5 atletas brasileiras Reprodução/W.Wittman

Assim como em todos os anos da história recente do fisiculturismo, as atletas brasileiras se mantém no topo da nossa história.

Nomes como Isa Pecini, Étila Santiago e muitas outras já colocaram o Brasil no top 3 de países com maior importância no cenário mundial feminino.

Mas nem tudo é só história, já que atualmente temos diversas mulheres que podem ser consideradas verdadeiras rainhas no nosso esporte.

Por fim,  inclusive, duas delas estão desenhando um confronto à la Phil Heath vs Kai Greene, ou Jay Cutler vs Ronnie Coleman.

Elisa Pecini

Eleita campeã Ms. Olympia em 2019, Isa Pecini ainda não retomou aos palcos com o shape enquadrado novamente em uma categoria que sofre com constantes mudanças.

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Isa Pecini no Mr.Olympia 2021Reprodução/KyleWurzel

Ainda assim, o nome dessa atleta ganha força e leva credibilidade a toda competição que ela disputa.

Vale lembrar que, por já ter um título de Olympia na carreira, Isa não precisa disputar Shows para se classificar, pois já está automaticamente classificada todos os anos.

Desse modo, a Bikini de 23 anos deve voltar com um físico ainda mais proporcional e dentro dos padrões da categoria, fator que pode a levar até um possível bicampeonato.

Francielle Mattos x Angela Borges

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Francielle Mattos no Expo Super Show Rio 2021. Reprodução/Magaclick

Foi poucas as vezes que vimos dois brasileiros ou brasileiras lutando pelo topo de uma categoria, e isso deve acontecer durante os próximos anos quando se trata da Wellness.

Sendo uma classe recém-chegada na NPC, a Wellness visa um padrão de físico com glúteos bem formados e membros superiores um pouco mais avantajados que a Bikini.

Ou seja, é a categoria perfeita para o físico feminino brasileiro. Assim, obviamente que a disputa para o topo desta classe seria entre duas mulheres nascidas por aqui, não é mesmo?

Com isso, é esse fato que aconteceu em 2021 e deve acontecer novamente durante os próximos anos: Francielle Mattos e Angela Borges disputando pela coroa da Wellness.

O ano mais brasileiro do fisiculturismo
Angela Borges no Expor SuperShow 2021; Reprodução/MagaClick

Apesar de ser uma disputa sadia entre às duas atletas, há uma verdadeira guerra nos palcos quando às duas se enfrentam.

Assim, os mais apaixonados pelo esporte acabam se lembrando de icônicas disputas da história, como Ronnie Coleman vs Jay Cutler.

Dizer qual das duas irá ter um maior destaque nessa temporada é arriscar e acabar sendo hipócrita, pois ambas possuem plenas condições de ocuparem o topo, que atualmente pertence à Francielle.

Assim, quem sai ganhando com isso é o Brasil, que pode ver duas mulheres nascidas no país verde e amarelo disputando pelo topo de uma categoria do fisiculturismo.

Por fim, vale lembrar que além delas, temos outros bons nomes na Wellness, como:

  • Júlia Chitarra;
  • Isabella Nunes;
  • Isamara dos Santos.

Natália Coelho

Uma das atletas mais jovens e com uma das genéticas mais privilegiadas dentro das categorias femininas, Natália Coelho chama a atenção pelo seu incrível currículo.

Aos 25 anos, a Women ‘s Physique possui 2 campeonatos Arnold Classic, top2 no Ms.Olympia 2021,  além de ter ganho o título de ser a atleta IFBB Pro mais jovem do mundo, quando conquistou o cartão profissional com 19 anos.

Assim, após a segunda colocação na temporada passada, dizer que Natália não deve brigar pelo top 1 neste ano é uma mera piada.

Por outro lado, vale mencionar a atleta Alcione Santos, que conquistou o quinto lugar no Portugal Pro do ano passado, quando ainda não tinha nem patrocínio.

Assim, nesta temporada, contando com a ajuda da Adaptogen, a atleta deve buscar uma merecida vaga no Ms.Olympia 2022.

Michele Belafera

Uma das Figures mais conhecidas no cenário brasileiro, Michele Belafera tem, além de uma ótima linha, um volume muscular impressionante para a categoria.

Por fim, Michele deve conquistar novamente uma vaga no campeonato mundial deste ano e tudo indica que chegará com um físico renovado pronto para a guerra.

Prováveis campeões nas categorias masculinas

Assim como as categorias femininas, 2022 tem tudo para ser o ano mais brasileiro do fisiculturismo masculino, com grandes nomes surgindo no esporte.

Nesse sentido, todas as categorias disputadas por homens terão atletas nacionais com enorme destaque.

Com isso, vale lembrar que foi apenas em 2021 que nossos atletas masculinos começaram a despontar no cenário, com um total de 5 dentro do Mister Olympia 2021.

Assim, a expectativa é que em 2022 esse número dobre.

Com isso em mente, confira abaixo alguns nomes que possivelmente irão brigar por grandes títulos mundiais dentro do bodybuilding neste ano.

Diogo Montenegro

Primordialmente, um dos brasileiros com carreira mais longa dentro do cenário mundial do fisiculturismo atualmente é Diogo Montenegro.

O Men’s Physique de 31 anos fez uma boa volta aos palcos no ano passado após um período sem competições, quando conseguiu um merecido 3° lugar no Mr. Olympia 2021.

Este fato o colocou no topo do nosso esporte, assim, as expectativas que o mesmo volte ainda mais forte na competição este ano são gigantescas.

Caike Pro

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
O brasileiro Caike de Oliveira aproveitando a transição para destacar seu peitoral. Reprodução/Kyle Wurzel

Caike de Oliveira (ou Caike Pro, como é conhecido popularmente) já demonstrou ser um dos nomes mais relevantes dentro da Men ‘s Physique.

Logo na sua estreia no principal campeonato do mundo, em 2019, ficou em 5° lugar. Já em 2020 acabou caindo duas posições. Porém, em 2021, sua volta levou-o para o 6° lugar.

Nesse sentido, Caike, conhecido mundialmente por seu mindset, tem tudo para voltar ainda melhor neste ano e prometendo alcançar um novo ranqueamento dentro do Mr.Olympia.

Vinicius Matheus

De piada pronta para um dos nomes que mais podem surpreender nesta temporada.

Vinicius Matheus acabou virando “meme” em 2020 graças a um mal entendido durante uma das suas preparações, porém, em 2021, demonstrou estar mais preparado e maduro.

Dessa forma, no Super Show Rio do ano passado, o atleta da Men’s Physique conseguiu se classificar para o Mr. Olympia 2021 ao vencer nomes como Caike de Oliveira e Diogo Montenegro.

Tendo como ponto forte suas dorsais, “Vini” tem longos meses para se preparar até o esperado campeonato, e não deve pisar nos palcos do M.O.22 despreparado.

Ramon Queiroz

Ramon Queiroz, simplesmente o maior fenômeno do bodybuilding mundial, deve chegar em peso ainda no começo deste ano, quando disputará o tradicional Arnold Classic Ohio.

Assim, dentre as figuras que o “Dino” irá enfrentar neste campeonato, se destacam Breon Ansley e Ruff Diesel, atuais top 3 e top 2, respectivamente, da Classic no M.O..

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Ramon Queiroz durante um dos seus treinos. Divulgação/Instagram

Mesmo com esses adversários, não é incorreto afirmar que Ramon chega como um dos favoritos para disputar o top 1.

Assim, se levar em contas as expectativas criadas, o atleta brasileiro deve chegar muito melhor e ser o favorito ao título.

Acima de tudo, vale lembrar que o mesmo já está classificado para edição deste ano do Mr. Olympia.

Porém, tendo em vista que seu peso já está no limite da categoria e a distância ser maior até o próximo “mundial”, Ramon viu com bons olhos entrar na disputa do segundo campeonato mais importante do mundo.

Desse modo, se referindo ao Mr. Olympia 2022, todos esperam que Ramon, mais maduro e cascudo, deva apresentar um físico capaz de bater de frente com Chris Bumstead.

Fator que pode o transformar em uma verdadeira “pedra no sapato” do atual campeão da Classic Physique.

Gabriel Zancanelli

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Zancanelli no Expo Super Show 2021. Reprodução/MagaClick

Outro brasileiro que também pisou no Mr. Olympia 2021, porém, não teve tanto destaque foi Gabriel Zancanelli.

O Classic Physique de 24 anos foi o atleta brasileiro mais jovem a estar presente no torneio dentro desta categoria, e isso mostra o quanto seu físico ainda pode evoluir.

Sempre estando longe de brigas e desentendimentos do esporte, Zancanelli possui uma grande torcida no cenário nacional, mesmo que em solo brasileiro seja o “inimigo número 1” do Ramon” (leve isso apenas para os palcos, pois eles são verdadeiros amigos fora deles).

Mesmo ainda não estando classificado para o Mr.Olympia de 2022, Zancanelli não divulgou sua lista de shows.

Porém, o que se espera é que o mesmo vá tentar se vingar do que aconteceu no Europa Pro 2020 (quando ficou entre os últimos) e buscar o título da competição neste ano.

Ainda assim, além deste campeonato, outras competições, como o México Supershow, devem estar na mira do atleta que não deve encerrar este ano sem nenhum título.

Eduardo Edoc

Vivendo sua rotina de atleta sem fazer questão de mídia ou de fama, Eduardo Edoc se mostra cada vez mais maduro.

Tal qual evolução pode ser comparada com seu físico maior a cada nova aparição no Instagram.

Vale dizer que, por ser considerado um atleta bem novo ainda, com 29 anos, Eduardo pode ir rumo a conseguir um título da categoria Classic Profissional em 2022.

As expectativas quanto à ele são altas, pois o mesmo possui uma das melhores mentes do esporte e uma das linhas mais estéticas da atualidade.

Julio Balestrin

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Julio balestrin antes do campeonato no Mexico em 2021. Reprodução/Instagran do atleta

Julio Balestrin deu uma aula do que é ser fisiculturista em 2021, quando, com seus 42 anos, voltou aos palcos do esporte se desafiando e se tornando um Classic Physique.

Tendo mais de 15 anos voltados para a Open, o atleta vê em 2022 a chance de realizar seu sonho: pisar nos palcos do Mr.Olympia.

E isso não fica apenas na vontade, para conseguir realizar o seu desejo, Balestrin se submeteu a duas cirurgias bem evasivas nos ombros e nos cotovelos.

Dessa forma, as operações surgiram como um meio de tratar lesões que o impediam de treinar e de posar com maior eficiência.

Como resultado disso, já recuperado de ambos procedimentos, Julio deve chegar forte pela briga de algum Pro Show.

Por fim, se depender da torcida dos fãs, sua vaga no mundial é questão de tempo.

William Martins

Conhecido como um dos “Rinocerontes Brancos” brasileiros, William Martins é um belo exemplo de como um Open pode ser gigante e ainda ter a estética presente no físico.

Com um peitoral avantajado e posteriores de coxa com tamanhos exorbitantes, William Martins tem tudo para ser mais um brasileiro a pisar nos palcos do Mr. Olympia 2022.

Rafael Brandão

O ano mais brasileiro do fisiculturismo
Rafael Brandão em 2021. Reprodução/sytnick.photo

Esse nome dispensa apresentações. Rafael Brandão foi por muitos anos a figura central e o maior nome revelação do fisiculturismo no Brasil.

Com linha extremamente estética e um volume de massa muscular que vem crescendo ano após ano, Brandão já possui até mesmo sua vaga no próximo Mr. Olympia.

Porém, ele não deve poupar esforços até lá. Já foi divulgado que o mesmo estará presente no Arnold Classic Ohio e no Arnold South America, que acontecerá em São Paulo.

Por fim, a expectativa é que depois desses dois shows, Brandão entre numa pequena fase de off apenas para consertar pontos estratégicos no físico.

Assim, muitos analistas dizem que sua presença dentro do top 7 do Mr.Olympia 2022 está quase garantida.

Vitor Boff

Outro brasileiro que também é conhecido como “Rinoceronte Branco” por conta do seu tamanho e da sua cor de pele.

Boff ganhou o pro card em setembro de 2021 e promete entregar uma versão muito superior à apresentada no Mr. Olympia Amador.

Sua vaga no mundial deste ano é uma incógnita, possivelmente não irá acontecer.

Como resultado disso, Boff pode fazer uma estreia surpreendente e, quem sabe, conseguir uma boa pontuação visando a classificação por pontos.

Fábio “Giga”

O próprio apelido do Fábio já entrega o tamanho e a muscularidade presente no seu físico.

Mesmo já tendo mais de 35 anos e não sendo um garoto, Giga pode surpreender o cenário e, como resultado disso, apresentar um shape digno de pisar no Mr. Olympia nesta temporada.

Além disso, o mesmo já definiu que irá participar do Arnold Classic Ohio.

Lucas Coelho

Abrindo os nomes da categoria 212 temos o Lucas Coelho, o único brasileiro a pisar no Olympia nesta categoria após a era do Eduardo Correa.

Infelizmente, um erro na preparação custou algumas posições para o Lucas, que acabou em 12° lugar na competição.

Como resultado isso, o atleta, que já passou por dificuldades envolvendo drogas ilícitas, deve apresentar uma boa evolução neste ano, fazendo que repita seu feito da temporada passada.

Eduardo Correa

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Eduardo Correa no Mr.Olympia 2019. Reprodução/W.Witmmann

O maior brasileiro que já atuou no fisiculturismo dispensa apresentações e deve proporcionar um dos momentos mais emocionantes do ano mais brasileiro do fisiculturismo.

Eduardo Correa, no auge dos seus 40 anos, afirmou recentemente que pretende voltar a competir visando uma despedida dos palcos.

Como resultado disso, muitos esperam que o brasileiro com o maior número de participações no Mr. Olympia, volte a figurar no topo da 212 e, por fim, conseguir fechar com chave de ouro sua excelente carreira.

Felipe Moraes

O ano mais brasileiro do fisiculturismo: Como 2022 pode levar o Brasil para o topo do esporte?
Felipe Moraes no Expo Super Show 2021. Divulgação/MuscleContest

Por fim, para encerrar a lista de grandes nomes do cenário brasileiro no fisiculturismo mundial, temos o Felipe Moraes, um possível sucessor do Eduardo Correa.

Apresentando uma condição que chocou o mundo do nosso esporte no Expo Super Show 2021, Moraes já tem sua vaga garantida para edição deste ano do Mr. Olympia, assim, não deve decepcionar.

Nesse sentido, mesmo sendo um atleta pouco midiático, sua consciência e mentalidade o transformam em um grande prodígio para o futuro do nosso esporte.

 

Número inédito de shows Profissionais no Brasil

O ano mais brasileiro do fisiculturismo
Calendário de shows no da NPC no Brasil até maio. Divulgação/MuscleContest

Por fim, não é apenas nos nomes de atletas que o Brasil pode se tornar um dos pilares do fisiculturismo mundial.

Ainda vale lembrar que o número de shows profissionais e de eventos que irão garantir acesso ao cartão Pro será histórico.

Assim, pela primeira vez desde que a NPC chegou ao Brasil um total de 70 cartões profissionais serão distribuídos durante a temporada nacional.

Além disso, haverá 18 eventos profissionais que garantirão vaga ao Mr. Olympia ocorrendo em solos brasileiros.

Ou seja, colocando esses números em dinheiro: mais de R$600.000,00 serão distribuídos aos vencedores dos shows organizados pela Muscle Contest.

Desse modo, falar que 2022 não é o ano mais brasileiro do fisiculturismo (até agora) é nadar contra a maré que traz consigo o Brasil como um dos principais países do mundo do bodybuilding.

Imagem destacada: Reprodução/MagaClick