Conquistando um público diversificado desde sua inclusão como modalidade olímpica, o skate está se afirmando como um dos esportes que mais crescem no país.

Essa expansão é refletida na instalação de novas pistas em diferentes regiões e no incremento das competições, que têm contribuído para a descoberta de novos talentos no cenário internacional.

Para aqueles que desejam explorar mais a fundo o universo do skate, preparamos um texto especial que aborda a história da modalidade, os equipamentos necessários e uma variedade de outras informações relevantes.

Como surgiu o skate?

Desenvolvido por surfistas durante momentos de maré baixa, o skate surgiu na década de 1950, na Califórnia, Estados Unidos.

Os criadores do esporte começaram fixando rodinhas de patins em pranchas de madeira, originando o “surfe no asfalto” ou “sidewalk surf.”

A partir de 1960, o skate passou a ganhar popularidade, os equipamentos foram aperfeiçoados, e a comercialização em grande escala começou.

As pranchas, inicialmente, tinham formato retangular. Larry Stevenson, fundador da Makaha, foi o primeiro a produzir skates com pranchas em um design semelhante ao das pranchas de surfe.

Com mais skates sendo fabricados e desenvolvidos, na década de 1960, também foram disputados os primeiros campeonatos na Califórnia.

Na década seguinte, os skatistas californianos passaram a utilizar piscinas vazias, com o fundo arredondado, como pistas de skate. 

Naquele período, as rodinhas de ferro passaram a ser substituídas por poliuterano, o que ajudou a difundir ainda mais a prática.

Nos anos 80, a modalidade de street foi desenvolvida com o uso de rampas de madeira em locais onde até então não era comum que o skate fosse praticado.

Com a popularização do esporte, o skate se tornou um estilo de vida. Afinal, os skatistas têm uma cultura própria, gírias e roupas características.

Larry Stevenson desenvolvedor do skate
Larry Stevenson foi responsável por aprimorar os skates e ampliar sua produção (Divulgação/ Courtesy of Curt Stevenson)

Crescimento mundial do skate

Foi na década de 1990 que o skate começou a ganhar projeção mundial, dando os primeiros passos. Um dos principais responsáveis para a popularização do esporte, Tony Hawk é lembrado carinhosamente como a maior lenda da modalidade.  

Considerado o maior skatista de todos os tempos, Tony Hawk estrelou o jogo eletrônico Tony Hawk’s Pro Skater, lançado em 1999 para as principais plataformas de videogame.

O jogo e as transmissões de campeonatos tornaram o esporte ainda mais popular e incentivaram a chegada de mais praticantes.

Desde 1995, a ESPN transmite os X Games, que ajudaram a difundir ainda mais os esportes radicais.

Os X Games e as turnês mundiais foram determinantes para o crescimento do skate no Brasil.

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Tony Hawk ajudou a popularizar o skate em vários países (Icon Sport)

História do skate no Brasil

No Brasil, o skate passou a ser praticado na década de 1960, sob influência de surfistas norte-americanos. Porém, foi a partir dos anos 1970 que o esporte ganhou mais projeção. 

Em 1974, foi inaugurada em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, a primeira pista da América Latina.

Nos anos seguintes, foram disputadas as primeiras competições, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Confederação Brasileira de Skate foi fundada somente em 2000 (CBSk), mas, naquela época, alguns skatistas brasileiros já haviam conquistado projeção mundial.

Um dos principais atletas brasileiros de todos os tempos, Bob Burnquist foi eleito o melhor skatistas do mundo em 1997. 

O bom desempenho de Burnquist, maior medalhista da história do X Games com um total de 30 medalhas, e outros atletas brasileiros ajudou a atrair mais praticantes para o esporte.

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Bob Burnquist é a principal referência do skate no Brasil (Icon Sport)

Crescimento do skate no Brasil

O skate tem experimentado um crescimento significativo no país, impulsionado pelo reconhecimento de skatistas brasileiros em cenários internacionais e pela realização de competições em níveis regionais e nacionais.

Atletas como Letícia Bufoni, Bob Burnquist, Rayssa Leal e Pedro Barros  foram fundamentais para ampliar a visibilidade do esporte, incentivando novas gerações a se envolverem nessa prática.

Essa integração do skate na cultura urbana possibilitou a formação de comunidades de skatistas em várias cidades, que promovem o esporte por meio de eventos, torneios e encontros sociais.

Com isso, o skate se consolidou como uma parte importante da cultura urbana, associado a um estilo de vida e a uma forma de expressão artística, ganhando destaque com a inclusão da modalidade em eventos internacionais.

Regras do skate

O skate é uma prática esportiva que une estilo, técnica e criatividade, exigindo respeito e segurança entre os praticantes. Para garantir uma boa convivência, é essencial usar as áreas apropriadas para o skate, respeitando as regras combinadas.

O vencedor das competições de skate é decidido com base no desempenho dos skatistas em suas manobras, avaliadas por juízes que consideram critérios como precisão e dificuldade.

Na competição de Street dos X Games, os skatistas são julgados por aspectos como dificuldade, originalidade, fluidez na execução dos truques e uso de obstáculos.

Por outro lado, nas modalidades Vertical e Big Air (Mega Rampa), o campeão é aquele que obtiver a maior pontuação em um número fixo de descidas, levando em conta a execução, variedade, estilo e amplitude das manobras.

Nos torneios nacionais, cada vez mais populares no país, a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) estabelece as regras para as diferentes modalidades do esporte, assegurando competições justas e organizadas.

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Leticia Bufoni deixou seu nome na história do skate street (Icon Sport)

Modalidades de skate

  • Freestyle
  • Downhill Speed
  • Downhill Slide
  • Slalom
  • Vertical
  • Street
  • Park
  • Mini-rampa
  • Mega Rampa ou Big Air
  • Skate de dedo

Freestyle

Modalidade mais antiga do skate, freestyle tem manobras feitas em sequência, no chão. O maior responsável por inventar manobras foi Rodney Mullen. 

Nas competições de freestyle regulamentadas pela Confederação Brasileira de Skate, os skatistas são avaliados em quatro quesitos:

  • Técnica
  • Consistência
  • Aspecto Artístico
  • Variedade
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Skate Freestyle é a categoria mais antiga da modalidade (Divulgação/Internet)

Downhill Speed

No downhill, é feita a descida de ladeiras na maior velocidade possível. O tempo gasto é cronometrado.

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Competição de Skate Downhill Speed no Brasil (Divulgação/Instagram/Capital Dos Canyons)

Downhill Slide

No downhill slide, há a descida de ladeiras em alta velocidade, realizando manobras de derrapagem, que recebem o nome de slides.

Podem ser realizadas manobras tanto de pé no skate como se apoiando no chão.

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Skatista descendo a ladeira em alta velocidade (Divulgação/Internet)

Slalom

O slalom é uma forma de corrida de downhill que ganhou popularidade nos anos 2000. Os skatistas percorrem um percurso normalmente marcado por cones de plástico.

O skatista passa no circuito, alternado entre os cones da esquerda e da direita.

O tempo de descida é cronometrado e penalidades são adotadas se o competidor falhar para completar o circuito ou deslocar cones.

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Skate Slalom é mais uma categoria da modalidade (Divulgação/Internet)

Vertical

Entre as modalidades do skate, a vertical é realizada em uma halfpipe, uma pista em formato de U que permite aos skatistas realizar manobras aéreas e deslizar pela borda metálica.

Com diversas características, como rollins e trilhos, essa prática exige técnica e controle, especialmente nas transições.

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Sandro Dias é um dos maiores ídolos do skate brasileiro (Divulgação/Sandro Dias)

Street

A modalidade street é a mais praticada em todo o mundo, atraindo skatistas de diferentes níveis. Nesse estilo, elementos urbanos como bancos, corrimãos e escadas são utilizados como obstáculos para realizar manobras criativas.

O street skate se destaca pela variedade de truques, incluindo grinds, slides, flips e spins, desafiando as habilidades dos skatistas.

Além disso, a modalidade promove uma forte comunidade, com skatistas compartilhando vídeos e participando de competições, o que contribui para a dinâmica vibrante do universo do skate.

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Rayssa Leal em ação durante a Olimpíada de Paris 2024 (Icon Sport)

Park

A modalidade park é uma das mais recentes no skate, consistindo em um bowl projetado com diversas complexidades, incluindo transições acima de três metros, banks e elementos do street.

Essa configuração permite que os skatistas realizem manobras fluidas, conectando uma transição a outra. O design do parque incentiva a criatividade e o desenvolvimento de habilidades técnicas, exigindo precisão e controle em terrenos variados.

Com a popularização dos parques de skate, cada vez mais skatistas estão explorando essa nova forma de expressão dentro do esporte.

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Akio Augusto fez história em Paris 2024 no stake park (Icon Sport)

Mini-rampa

Essa modalidade de skate é praticada em rampas que combinam elementos dos estilos street e vertical, com paredes de inclinação suave.

Os skatistas podem executar uma variedade de manobras que misturam grinds e slides com saltos verticais, aproveitando a configuração para criar sequências criativas.

Essa rampa é ideal tanto para iniciantes quanto para skatistas mais experientes, promovendo um ambiente de camaradagem onde a troca de dicas é comum.

Com o aumento do número de rampas projetadas para esse estilo, a modalidade tem se tornado cada vez mais popular entre os praticantes de skate.

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Mini Rampa chama a atenção pelas paredes mais baixas (Divulgação/Stake Vale Brasil)

Mega Rampa

Criada pelo norte-americano Danny Way e aperfeiçoada pelo brasileiro Bob Burnquist, é a modalidade mais radical. 

O skatista desce por uma rampa de quase 30 metros de altura, podendo atingir até 80 km/h.

Em seguida, passa voando por um vão de 20 metros de distância, aterrissando em outra pista.

Por fim, encara um “quarter pipe” de 8 metros de altura, podendo atingir uma altura de 8 metros de aéreo com manobras.

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Bob Burnquist brilhando na Mega Rampa (Divulgação/Bob Burnquist)

Skate de dedo profissional

Com regras simples, como utilizar apenas os dedos médios e indicadores e não tocar com o polegar, os campeonatos profissionais de skate de dedo são uma febre.

Manejar os mini skates com os dedos deixou de ser brincadeira de criança e, hoje, já conta com campeonatos e atletas disputando títulos ao redor do mundo.

Em 26 de fevereiro de 2000 ocorreu o Primeiro Campeonato Brasileiro de Fingerboard. Ou seja, a brincadeira é tratada com seriedade há mais de 20 anos.

Principais campeonatos de skate

Street League Skateboarding (SLS)

A Street League Skateboarding é  a primeira liga profissional. Criada em 2010, reúne os amantes da modalidade mais praticada do mundo, o street.

Nessa competição, cada manobra é avaliada individualmente e não o conjunto todo, como é feito na maioria dos campeonatos de skate. 

A SLS oferece a maior premiação em dinheiro entre todas as competições do mundo e cada etapa é disputada em uma cidade e/ou país diferente.

X Games

Transmitido pela ESPN desde a década de 1990, o X Games é o mais conhecido entre todos os campeonatos de esportes radicais.

Ídolo nacional da modalidade, Bob Burnquist é o maior medalhista da história dos X Games. 

Tampa Pro

Disputado em Tampa, na Flórida, o Tampa Pro é um campeonato profissional da modalidade de street.

A cada ano, uma nova pista é projetada para a disputa, que é reconhecida por dar notoriedade a skatistas até então pouco conhecidos.

Tipos de skate

Os modelos mais comuns de skate incluem o skateboard tradicional, longboard e o cruiser. É importante destacar que os praticantes têm à disposição diferentes tipos, cada um voltado para um propósito específico.

Skateboard

O skateboard é o modelo mais clássico e versátil entre os tipos de skate, utilizado tanto para transporte quanto em várias modalidades, como street, banks e bowls.

É adequado para manobras em rampas verticais de diferentes tamanhos, incluindo megarrampas.

Leve e resistente, o skateboard permite a execução de manobras criativas, tornando-se uma escolha popular entre skatistas de todos os níveis, desde iniciantes até profissionais, e contribuindo para o desenvolvimento da cultura do skate.

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Longboard

O longboard é um tipo de skate com pranchas mais longas, projetado para oferecer melhor rolagem em alta velocidade e para percorrer longas distâncias.

É especialmente recomendado para andar em áreas de asfalto e em descidas acentuadas, como no downhill.

Sua construção estável proporciona segurança e controle, ganhando destaque tanto para iniciantes quanto para skatistas experientes, além de ser uma opção atraente para quem utiliza o skate como meio de transporte.

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Cruiser

O modelo cruiser é destinado para locomoção, por possui uma plataforma maior e, consequentemente, mais estável.

Suas rodas são maiores e mais macias que os skateboards tradicionais, possibilitando mais controle em pisos duros e desnivelados.

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Quais são os benefícios do skate?

Os skatistas cultivam uma cultura única e fazem questão de evidenciar que a modalidade vai além de ser apenas um esporte.

Isso não se resume apenas à paixão que compartilham pelo universo esportivo, mas também aos diversos benefícios que o skate oferece, desde o condicionamento físico até o bem-estar mental.

  • Melhora da coordenação motora e equilíbrio;
  • Ganho de condicionamento físico e aeróbico;
  • Desenvolvimento da flexibilidade e aumento de força;
  • Queima de calorias e emagrecimento;
  • Melhora do sistema cardiovascular;
  • Aumento da concentração;
  • Alívio de estresse, ansiedade e depressão;
  • Adoção de estilo de vida mais saudável;
  • Promoção da socialização.

Quais são os equipamentos usados no skate?

Destacamos os quatro equipamentos mais importantes utilizados no skate. Para garantir a segurança do competidor, é essencial que sejam sempre colocados pelos competidores ou skatistas amadores.

  • Capacete
  • Cotoveleira
  • Joelheira
  • Luvas

Capacete

Nas competições de skate, o uso do capacete é obrigatório, sendo o principal equipamento de segurança. Ele protege contra lesões cranianas que podem ocorrer em quedas.

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Cotoveleira

O skatista deve sempre usar cotoveleiras para se proteger e evitar possíveis fraturas. Afinal, os cotovelos são uma das articulações que mais sofrem com as quedas, e por isso merecem atenção especial, além da proteção da cabeça.

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Joelheira

Assim como a cotoveleira, a joelheira protege uma das articulações que costumam sofrer ralados e cortes em quedas.

A joelheira também é muito importante na prática em rampas, pois os skatistas podem deslizar de joelhos quando se desequilibram.

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Luvas

Nem todos os skatistas usam luvas, mas, em algumas modalidades, como downhill, elas são fundamentais para evitar machucados e escoriações no contato com o chão. 

Lembre-se que além dos equipamentos de proteção, as roupas podem influenciar no desempenho dos skatistas.

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