Aconteceu no último domingo (19) a final do Hurley Pro Sunset Beach, o segundo evento do tour de 2023 da WSL. O dia começou um pouco fraco, mas conforme a competição avançou, as ondas foram melhorando e estavam vindo em séries poderosas. Os surfistas que se sagraram campeões do evento no fim do dia foram Molly Picklum (AUS) e Filipe Toledo (BRA).
Tomaram lugar no domingo, em Sunset Beach, as quartas de final, semifinais e finais tanto masculina quanto feminina.
Quartas de final

O primeiro grupo a entrar no mar de Sunset foram as surfistas femininas, e a bateria que abriu o dia de competições foi a da Brisa Hennessy (CRC) e Molly Picklum (AUS). A campeã de 2022 tentou seu melhor para defender o título, mas o swell não ajudava. Com apenas 6 ondas surfadas, três por cada atleta, Molly conseguiu fazer na somatória 0.27 a mais que a costa-riquenha, que foi eliminada.
As conterrâneas australianas Stephanie Gilmore e Tyler Wright foram as próximas a competir, e quem levou a melhor Wright, que conquistou um 8.00. Somados a sua segunda maior nota, um 4.17, a conta lhe rendeu o bilhete expresso para as semifinais, enquanto Gilmore mais uma vez foi eliminada da competição.
Logo depois foi a hora das havaianas entrarem em água em Sunset Beach. Carissa Moore e Gabriela Bryan brigaram pela terceira vaga nas semifinais, e apesar da expectativa da torcida estar com Moore, Bryan passou em cima da pentacampeã e fez duas ondas excelentes, um 7.00 e um 8.00, que somaram um 15.00 contra o 7.87 de Carissa.
Por último no feminino, as estadunidenses Caitlin Simmers e Caroline Marks travaram um confronto pela última vaga para concorrer ao pódio, e dessa vez foi Marks quem levou a melhor, com 12.50 contra os 12.23 de Simmers.
Com a semifinal feminina definida, era a hora dos homens entrarem no pico de Sunset Beach.

Nat Young (EUA) e Jack Robinson (AUS) foram na primeira bateria masculina, e para a surpresa de ninguém, o vencedor foi Robinson, com 14.76 contra os 9.33 de de Young. Ethan Ewing (AUS) foi contra Griffin Colapinto (EUA) pela segunda bateria. Com poucas ondas, Colapinto fez a maior somatória e avançou, com 13.50 contra os 9.16 de Ewing.
E quem colocou Filipe Toledo e Caio Ibelli no Fantasy sofreu: os dois brasileiros tiveram que se enfrentar por uma vaga na semifinal em Sunset Beach. Caio tem feito apenas ótimas performances, mostrando cada vez mais que pertence no Circuito de Elite e que tem muito potencial para se tornar campeão mundial, mas o dia não foi domingo. Filipe Toledo, o atual campeão, fez de tudo para conseguir a vaga na briga para defender seu título, e passou para a próxima fase com 17.07, contra os 12.44 de Ibelli.
E em sequência teve mais brasileiro na água. João Chianca competiu contra o sul-africano Matthew McGillivray, em uma bateria acirrada. A primeira onda de Chumbinho, porém, o deu uma boa vantagem: um 8.83, quase 9, em uma onda excelente. Mais tarde, o brasileiro juntou com um 6.40 e avançou com o total de 15.23.
Semifinais em Sunset Beach

Molly Picklum e Tyler Wright, as duas da Austrália, entraram no mar para competir na primeira bateria da semifinal, e assim como Bryan, Picklum mostrou que a nova geração não acovarda perante lendas do surfe atual e colocou Wright para comer poeira. Com 12.34, distinguindo uma ótima leitura de ondas, a passagem para a final foi suave, pois Tyler não conseguiu fazer sequer 1.00 ponto em cada onda. Seu total foi 1.74, somatória de 0.97+0.77. Picklum desbancou a bicampeã e seguiu para a final.
Em seguida vieram as jovens Gabriela Bryan (HAV) e Caroline Marks (EUA). Marks levou a melhor nas suas ondas e mostrou que não é atoa que é medalhista olímpica. A estadunidense avançou para a final contra Picklum com 13.10, sob os 8.83 de Bryan.

Com a final feminina decidida em Sunset Beach, era a hora de descobrir se o Fantasy de alguém iria sobreviver na categoria masculina.
Jack Robinson (AUS) e Griffin Colapinto (EUA) foram os primeiros chaveados na semifinal. As ondas estavam claramente melhores e mais frequentes, e Colapinto abriu a bateria em uma onda cheia de espuma e com o vento forte que o rendeu um belo 4.50. O estadunidense soube usar muito bem sua prioridade, e fez boas escolhas de onda. Com condições de ondas melhores, as séries chegaram e os dois surfistas faziam manobras simultâneas em cristas diferentes.
A competição se tornou mais acirrada, mas não teve outra. Colapinto tinha um 8.77 e depois fez um 9.13, a maior onda da bateria, e seguiu voando para a final, enquanto Robinson caiu na semi por uma diferença de 1.57, no seu total de 16.33.
E para a dor no coração (e no Fantasy) de muitos brasileiros, a última vaga na final foi disputada entre Filipe Toledo e João Chianca. Chumbinho tem muito potencial para ganhar eventos no WCT, mas esse evento não foi de Sunset Beach.
Filipe Toledo conseguiu a melhor em cima do rookie, com um 9.10+7.23, que não deram chance aos 8.17+7.37 de Chianca. A somatória total foi Toledo com 16.33 e Chumbinho com 15.54.
Finals Day em Sunset Beach

Pronto, com as baterias definidas, Caroline Marks e Molly Picklum foram disputar o primeiro lugar no pódio e no evento. Quem ganhasse a final também empataria com Carissa Moore no ranking mundial da WSL, no top 1.
Picklum pegou todas as primeiras ondas em busca de uma vantagem boa. Em torno da metade da bateria, a australiana liderava com uma soma de 8.66 (soma de dois 4.33) contra os 0.30 de Marks, mas a estadunidense reverteu a situação. Caroline conseguiu um 7.50 e mais tarde somou 2.40, que a colocaram na liderança.
Contudo, Molly não deixou isso continuar. A leitura de onda da australiana foi superior a de Marks, e Picklum soube aproveitar melhor seus drops. No fim, Molly Picklum venceu a final de Sunset Beach com 10.90 contra 9.90 de Caroline Marks.

Dentro dos próximos quarento minutos, seria decidido o outro ocupante do pódio de campeão do Hurley Pro Sunset Beach. Filipe Toledo e Griffin Colapinto começaram seu duelo com a briga pela prioridade que foi para Toledo. As duas primeiras ondas foram quase simultâneas: Filipe dropou primeiro, mas a série veio e Colapinto aproveitou logo atrás.
O estadunidense levou a melhor no primeiro momento, com um gigante 9.17 em sua primeira onda, contra os 7.83 do brasileiro. Toledo virou o jogo e subiu para a liderança depois com um 3.50 que fez. Colapinto fez outra onda que ia reverter a situação, mas Filipe foi logo atrás e não só permaneceu no topo, como também trocou sua nota, que agora era um 16.10 contra o 15.50 de Griffin.
E nos últimos minutos da bateria, Colapinto dropou, mas de nada adiantou: Toledo pegou uma onda nos últimos segundos e com domínio completo, rápido, combinando manobras praticadas com exatidão, o brasileiro alcançou um 9.47 e solidificou sua posição como campeão do Hurley Pro Sunset Beach de 2023.
Próxima parada: MEO Rip Curl Pro Portugal

Dentre os dias 8 a 16 de março, está previsto para acontecer o MEO Rip Curl Pro Portugal. O evento será sediado no pico de Peniche e os ganhadores da etapa em 2022 foram a brasileira Tatiana Weston-Webb e o estadunidense Griffin Colapinto. Após Sunset Beach, este será o terceiro evento do ano.
Foto em destaque: Tony Heff/WSL.