O campeão mundial de surfe de 2019 e campeão olímpico Italo Ferreira anunciou na última semana, por meio de suas redes sociais, que publicou um livro destinado aos estudantes de ensino médio em todas as escolas públicas no território nacional.

Para que o livro integrasse a grade didática, os docentes tiveram até sexta-feira (18) para entrar na plataforma do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pedir o livro para a instituição de ensino.

De acordo com Italo, a obra conta a história do surfista.

Italo Ferreira: da tampa de isopor ao ouro olímpico

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Foto por: Francisco Cepo.

Natural de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, Italo Ferreira tem atualmente 28 anos e iniciou sua carreira oficial no surfe lá em 2011. Vindo de família humilde, seu pai era pescador e não podia custear a pranche de surfe para o filho. Ainda sim, isso não parou o hoje campeão olímpico.

Italo começou pegando ondas em tampas de isopor, e depois, em pranchas emprestadas pelos primos. Quando ele tinha 12 anos, sua sorte mudou ao ser notado por um diretor de marketing de uma marca influente de surfe, Luiz “Pinga”.

O potiguar começou competindo no Mundial Júnior, e depois passou a competir no Campeonato Brasileiro, se consagrando campeão. Posteriormente, Italo integrou o WCT, em 2014. Mostrando todo o talento e fibra de atleta que tem, ele ganhou o título de rookie of the year em seu primeiro ano de competição no circuito de elite.

Em 2019, depois de ter encarado diversas dificuldades pessoais, como a perda da avó, de quem o surfista era tão próximo, ele liderou a tabela e se tornou campeão mundial de surfe. No mesmo ano, Italo se classificou para uma das duas vagas masculinas para representar o Brasil em Tóquio, nas Olimpíadas de 2020.

Apesar do adiamento do evento, ele por fim ocorreu no ano seguinte e o surfista mais uma vez representou o país. Após um dia de finais que fez qualquer um que assistia roer as unhas de nervoso ao ver Ferreira enfrentando adversários experientes e condições climáticas desanimadoras, o atleta levou a melhor.

Não sobrou pra ninguém: o Brasil foi o primeiro país a ganhar na modalidade de surfe nas Olimpíadas e Italo, o primeiro atleta a levar o tão sonhado ouro.

Recentemente, o camisa 15 da WSL realizou mais um sonho e abriu um instituto que leva seu nome, destinado a ajudar crianças da comunidade de onde ele veio, oferecendo apoio educacional e também aulas de surfe.

Foto destaque: WSL/Dunbar

Tayná Freitas

Escritora e jornalista nas horas vagas, fã de esporte em tempo integral - Jornalismo/UFG