Entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro ocorreu o Haleiwa Challenger, último evento do ano do Challenger Series da WSL, que definia as vagas restantes para os surfistas que vão competir no dream tour, o WCT.

Além das quartas de finais, ontem o mar havaiano também deu lugar às semifinais e à final.

Semifinais: notas em discrepância

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Foto: Reprodução WSL.

Sendo o único brasileiro que ainda persistia na competição, Michael Rodrigues já tinha conseguido sua classificação no WCT após a rodada anterior: depois de uma virada espetacular nos últimos segundos, Michael seguiu para as semifinais, junto de John John Florence (HAV).

Na primeira bateria, que contou com Rodrigues e JJ, também competiram Kalani Ball (AUS) e Leonardo Fioravanti (ITA). Quem fez a primeira onda foi o havaiano, com uma nota de 2.17, e em seguida, Michael abriu seu placar, com uma onda de 1.40.

Na bateria com duração de trinta minutos, um total de 21 ondas foram surfadas, e quem teve a maior nota foi John John. A média entre duas notas 10, duas 9.7 e uma 9.8, o havaiano conquistou o score de 9.83, que mais tardiamente foram somados com sua segunda maior nota, um 7.40, e o foi concedido a liderança da bateria com o total de 17.23.

Apesar de não ter conseguido notas tão altas, Michael foi logo atrás, na vice-liderança, com 12.24. Tendo surfado cinco ondas, a média foi de 5.27 somados ao 6.97.

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Foto por: Brent Bielmann/WSL.

Na segunda bateria de semifinais, competiu Kanoa Igarashi (JAP), Kauli Vaast (FRA), Ryan Callinan (AUS) e Maxime Huscenot (FRA). Com bem menos ondas surfadas em uma bateria com condições não muito favoráveis, Ryan Callinan liderou a largas. Tendo feito quatro notas, suas duas maiores (9.17 e 8.17) remeteram a um total de 17.34, garantindo um ticket de via expressa para a final.

Aos demais competidores, a coisa não foi tão simples assim. Igarashi fez sua primeira nota ser um 8.93, e se classificou à frente dos franceses na semifinal, o que foi um golpe de sorte. Sua segunda e última onda não chegou a um ponto, sendo apenas um 0.87, somando 9.80, uma diferença de mais de sete pontos e meio entre o primeiro e o segundo colocado.

Vaast (6.54) e Huscenot (5.50) foram eliminados.

Final

Com duração de 35 minutos, os dois primeiros colocados das baterias anteriores seguiram para a última rodada do evento. JJ Florence, Michael Rodrigues, Ryan Callinan e Kanoa Igarashi, todos já estavam classificados para o WCT de 2023, então caso não ganhassem a etapa, poderiam respirar aliviados.

Ainda sim, isso não foi motivo para deixarem de surfar o melhor que pudessem. Igarashi fez a primeira onda, um 5.67, e JJ Florence não deixou sair barato. Pegando a próxima onda, o bicampeão mundial abriu seu placar com uma nota 9 redonda.

Michael começou com notas baixas, em torno de três pontos, conseguindo fazer sua segunda nota mais alta apenas na sétima onda, um 4.83, enquanto seus adversários conseguiram uma nota boa na primeira ou segunda onda, como foi também o caso de Callinan, com 6.07 na segunda tentativa.

O tempo foi apertando e o placar foi sendo definido com mais nitidez, e dessa vez, não foi para Michael. John John pegou 7.77 que somou um total de 16.77, contra os 14.87 (8.40+6.47) de Igarashi, que subiu no pódio em segundo lugar.

Rodrigues não ficou mal na fita, porque conseguiu surfar um 6.93, resultando 11.76 e ficando em terceiro lugar no evento, mas Callinan não conseguiu o mesmo feito e terminou em quarto no Halleiwa Challenger, com 11.20 (6.07 e 5.13).

No feminino, a campeã foi a australiana Sophie McCulloch, com 15.00, e Bettylou Sakura Johnson, a rainha de Halleiwa, ficou em segundo, com 14.23 pontos.

Foto em destaque: Brent Bielmann/WSL.

Tayná Freitas

Escritora e jornalista nas horas vagas, fã de esporte em tempo integral - Jornalismo/UFG