O ISA World Surfing Games, mais conhecido como ISA Games, teve seu início no longínquo ano de 1964. No entanto, o evento que deveria ser a Copa do Mundo de Surf nunca foi muito relevante.
Os eventos da ISA sempre foram ofuscados pela antiga ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) e agora WSL (Liga Mundial de Surf).
Porém, com a chegada do surf nas Olimpíadas, a competição ganhou grande relevância. Dessa forma, vamos conhecer a história do ISA Games.
ISA Games – História
Criado como Campeonato Mundial da ISF em 1964. O evento teve sua primeira edição na Austrália e teve o local Midget Farrelly como campeão.
O campeonato seguiu com esse nome até 1972, quando foi encerrado pela primeira vez. O retorno aconteceu em 1978 como Campeonato Mundial de Surf ISA, antiga ISF.
Nesse tempo, foi realizado sempre de dois em dois anos. O campeonato em uma das edições teve a lenda do surf australiano Tom Curren como campeão, em 1982.
O Brasil também conquistou o título com Fábio Gouveia em 1988 e Alessandra Vieira na categoria feminina em 1994.
A próxima edição, em 1996, trocou novamente de nome, dessa vez para Jogos Mundiais de Surf da ISA. E como conhecemos hoje, ISA Games.
Nesse período, o Brasil venceu títulos com Alcione Silva no feminino em 1998. Além disso, teve uma dobradinha entre Fábio Silva e Tita Tavares em 2000.
ISA Games na era Olímpica
O surf entrou para o programa das Olimpíadas de forma recente, e a ISA, apesar de não ser tão importante como a WSL (que organiza o circuito mundial), viu uma oportunidade nisso.
Dessa forma, a partir de 2017, o ISA Games passou a ser obrigatório para os atletas olímpicos que almejassem uma vaga nas Olimpíadas do Japão em 2020. Logo, inúmeros nomes começaram a participar.
No entanto, com a rotina apertada e o circuito mundial como prioridade, a maioria dos surfistas optava por competir nas fases iniciais e depois desistir do evento para se poupar.
Em 2019, Italo Ferreira e Gabriel Medina foram longe na competição e garantiram o título para o Brasil, com o potiguar sendo o campeão.
Em 2023, Tatiana Weston-Webb venceu a competição. Porém, nessa edição não existiam vagas extras em jogo.
Vagas Olímpicas movimentam o ISA Games
Com muitos atletas competindo somente nas fases iniciais e depois abandonando os eventos, a ISA mexeu no regulamento e a partir do ciclo olímpico para Paris, o campeonato passou a distribuir vagas extras.
Dessa forma, o ranking da WSL classifica a maioria dos surfistas. Porém, alguns países como Austrália, Brasil e Estados Unidos têm muitos atletas de qualidade que ficam de fora.
Assim, o ISA Games passou a ofertar vagas extras para os países que conseguirem obter resultados em conjunto por gênero. É simples, o time feminino dos Estados Unidos venceu a edição de 2022, logo ganharam outra vaga.
Essa vaga tem o critério da confederação de surf do país, que pode usar inúmeros meios para definir o escolhido.
As edições de 2022 e 2024 no ciclo das Olimpíadas de Paris são as que distribuem vagas extras. Por isso, o evento ficou tão importante para os brasileiros, principalmente Gabriel Medina e Yago Dora.
Como funciona o Isa Games
Para quem está acostumado com os campeonatos da WSL, vai precisar se adaptar um pouco para entender o ISA Games.
O evento praticamente se divide em dois campeonatos diferentes de duas chaves, a principal e a repescagem. A ideia é que todo mundo tenha pelo menos uma segunda chance depois de perder.
Assim, quem for avançando nas chaves principais segue nelas e quem perder, muda para a repescagem, que vai sendo disputada paralelamente.
No final, os dois melhores do campeonato da repescagem se juntam aos dois vencedores da chave principal e disputam a decisão. Com esse sistema, o campeonato fica recheado de baterias e disputas.
Dessa forma, a janela precisa ser longa para encaixar os mais de 100 países que têm equipes na disputa.
As baterias são feitas em um tempo reduzido de 20 minutos. Normalmente são quatro atletas na água e os dois melhores avançam, enquanto os últimos mudam de chave para a repescagem.
Na repescagem, o sistema segue o mesmo, os dois primeiros avançam. A diferença é que os últimos são eliminados da competição.
Gabriel Medina x Yago Dora na disputa pela vaga nas Olimpíadas
Como dito anteriormente, os surfistas precisam competir em equipe para vencer o ISA Games. Detalhe que isso é dividido entre homens e mulheres. No caso, os resultados serão somados nas categorias apenas.
Assim, a equipe dos homens no Brasil é formada por Filipe Toledo, Gabriel Medina e Yago Dora; eles não dependem da categoria feminina. E aí entra a disputa entre Medina e Dora.
Filipe Toledo e João Chianca garantiram vaga nas Olimpíadas pelo ranking da WSL. No entanto, Chumbinho está lesionado e não pode competir. Assim, ele mantém sua vaga igual a Toledo, porém abre outra.
A vaga que Chianca abre é para Yago Dora competir no ISA Games. Assim, Dora e Medina não estão nas Olimpíadas, mas se o Brasil vencer a disputa por equipes no masculino, uma vaga extra se abre.
No caso, quem chegar mais longe na competição entre Medina e Yago garante a vaga. Isso faz os dois, além de companheiros, rivais no ISA Games de 2024.
Principalmente porque o Brasil precisa vencer entre equipes, então se um dos dois é eliminado cedo, prejudica o outro. Ao mesmo tempo, precisam terminar na frente um do outro para o caso da vaga vir.
O mesmo acontece com o time feminino que tem Tatiana Weston-Webb já garantida e conta também com Luana Silva e Tainá Hinckel.
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