Após um dia de competições que não era a cara de Pipeline, Carissa Moore (HAV) e Jack Robinson (AUS) sagraram-se campeões do Billabong Pro Pipeline, primeiro evento da temporada 2023 para o Circuito de Elite da WSL.

Durante o dia (8), aconteceram a partir das 15h30 no horário de Brasília as baterias das quartas de finais masculinas, as semifinais e finais tanto do masculino quanto do feminino.

Destaca-se que durante todo o dia do evento, o mar não estava em condições ideais. Com ventos fortes, ondas pequenas e escassas, as séries tubulares gigantes de Pipeline marcaram ausência. O evento não esteve em seu melhor momento e as baterias não foram satisfatórias para os surfistas e para os telespectadores.

Quartas de final masculinas

joão chianca
Foto: Tony Heff/WSL.

Leonardo Fioravanti (ITA) e Jordy Smith (SAF) foram os primeiros a entrar na água e após uma briga acirrada entre os dois atletas, Fioravanti saiu da água para se preparar para a próxima fase, ganhando de Smith com uma somatória de 11.00 contra os 10.76 do sulafricano.

Em seguida, o primeiro brasileiro do dia veio com força para competir. Caio Ibelli, que havia feito uma ótima bateria no dia anterior após passar para a próxima rodada com apenas uma única nota, repetiu de novo seu feito de mandar bem nas ondas e com a maior somatória da fase, avançou para as semifinais. O total de pontos do brasileiro foi de 15.83, sendo uma das notas um belo nove, contra os 7.70 totais de Liam O’Brien (AUS).

João ‘Chumbinho‘ Chianca e Filipe Toledo travaram o confronto que poderia ser definido como: “tanto faz quem ganha, sigo feliz” para os fãs brasileiros. Em uma briga apertada pelas melhores ondas, em busca da vaga na semifinal, foi o rookie Chumbinho que fez o campeão mundial comer poeira e sai da água direto para a preparação para sua bateria contra o vencedor do último round das quartas de finais.

A pessoa que iria competir contra o surfista do Brasil era quem saísse vitorioso do embate Jack Robinson (AUS) e John John Florence (HAV). Com muitas reviravoltas e um show de surfe profissional, no fim, JJ foi eliminado por Robinson após uma onda inusitada e muito bem feita do australiano.

Semifinais femininas

tyler wright
Foto: Tony Heff/WSL.

Em seguida, as baterias da semifinal feminina tomaram lugar em águas havaianas. Tyler Wright (AUS) e Lakey Peterson (EUA) batalharam pela prioridade quando a buzina soou, e apesar das condições, a australiana surfou um tubo que a faturou um 8.00, que somados ao seu 5.43 feito posteriormente, a garantiram uma vantagem de apenas 0.10 contra a estadunidense, que foi eliminada.

E para o próximo combate de gigantes, Carissa Moore (HAV) entra na água contra Bettylou Sakura Johnson (HAV). As duas havaianas não iriam dar folga – estando em casa, as atletas queriam ser a pessoa a levantar o troféu de campeã do evento. Apesar da sede pela vitória pertencer às duas, apenas Carissa pôde continuar na briga pelo título de Pipeline. Bettylou fez apenas 6.67 contra os 12.17 de Moore e se despediu do mar pela etapa.

Semifinais masculinas: deu ruim para o Brasil

leonardo fioravanti
Foto: Tony Heff/WSL.

A Brazilian Storm ainda regozijava: apesar de ter perdido diversos surfistas na competição devido à chaveamentos desvantajosos e à condições climáticas que não ajudavam, Caio Ibelli e João Chianca seguiram na competição, porém a alegria não durou muito tempo.

Ibelli entrou para competir contra Fioravanti. Com muita garra e afinco, o brasileiro tentou pegar as ondas e fazer o máximo que pôde, mas teve um limite entre o quanto o surfista conseguiu fazer sozinho. Com um 6.50 e 1.07, Caio foi eliminado. Fioravanti escolheu ótimas ondas e fez um 12.00, passando para a final.

A história não foi diferente na bateria de João Chianca x Jack Robinson. O australiano que já carrega a fama de fazer viradas não bobeou e já abriu a bateria com uma onda alta para os parâmetros possíveis. Seu 6.50 foi aliado a um 5.17, somando 11.67, e Chumbinho não foi páreo para ele, com seu total de 9.93.

Final feminina: Carissa reclama o direito da lycra amarela

carissa moore
Foto: Tony Heff/WSL.

Tyler Wright (AUS) e Carissa Moore (HAV) são nomes gigantes no surfe feminino. As duas atletas já ganharam diversas vezes o campeonato mundial e, se não fosse pelo mar com péssimas condições, o embate das duas poderia lendário, mas nem por isso deixou de ser uma das melhores baterias do dia.

Com uma oferta de ondas tenebrosa, a briga estava acirrada, mas com uma diferença de apenas 1 ponto, Carissa Moore fez um total de 11.00 em sua onda e venceu Tyler, que conseguiu um 10.00, cortesia de duas notas 5.00. Moore venceu a etapa Billabong Pro Pipeline em casa.

Final masculina: Austrália no topo novamente

jack robinson
Foto: Tony Heff/WSL.

Leonardo Fioravanti estava ávido para competir sua primeira final em Pipeline, porém Jack Robinson não ia deixar o italiano levar o troféu tão facilmente. Robinson começa na liderança, mas Fioravanti vira o placar. Contudo, fazendo seu nome, o australiano terminou revertendo a situação a seu favor e assim permaneceu até o fim. O campeão masculino do Billabong Pro Pipeline foi Jack Robinson, com 9.17 contra 7.47 de Leonardo Fioravanti.

Foto em destaque: Tony Heff/WSL.

Tayná Freitas

Escritora e jornalista nas horas vagas, fã de esporte em tempo integral - Jornalismo/UFG