Filipe Toledo, Jack Robinson, Ethan Ewing, Italo Ferreira e Kanoa Igarashi: esses são os nomes dos cinco finalistas da temporada de 2022 do WCT masculino que sobreviveram ao corte de meio de temporada, conquistaram pódios e solidificaram suas posições para competirem na WSL Finals pelo tão sonhado título mundial.

O ano atual é o segundo com o sistema de finais, que consiste no último atleta dentre os cinco surfando uma bateria contra o quarto colocado, e o vencedor desse confronto avança para a bateria contra o terceiro classificado, e assim em diante. Com a janela do evento abrindo dia oito e indo até o dia dezesseis, em Lower Trestles, na Califórnia, cada surfista deve se manter focado para dar o seu melhor.

Ano passado, quem levou a taça foi o brasileiro Gabriel Medina, agora tricampeão mundial. Em uma final acirrada contra Filipe Toledo, Medina conseguiu fazer a melhor somatória de ondas e levou o troféu, e o título, para casa. Porém, esse ano Medina não se classificou para as finais e Filipe Toledo está no seu ápice. Será que o campeão de 2022 vai, mais uma vez, ser um brasileiro?

Finalista 1: Filipe Toledo

Natural de Ubatuba, no interior de São Paulo, Filipe Toledo está desde 2013 no circuito de elite da WSL e esse ano, anda voando pelos rankings. Apesar de um começo de temporada meio morno, Filipinho deslanchou na terceira parada do tour, em Portugal, e conquistou o primeiro pódio de 2022, em segundo lugar.

Toledo não se deu por satisfeito e no evento seguinte, o Rip Curl Pro Bells Beach, ele derrubou Callum Robson e conquistou o troféu de primeiro colocado. Além desses dois pódios, Filipe ainda ganhou mais uma etapa, o Oi Rio Pro, em SaquaremaRJ, e marcou presença em mais duas premiações da temporada, em segundo lugar: tanto no Quiksilver Pro G-Land, quanto no Surf City El Salvador Pro.

O brasileiro já conta com vinte e nove baterias vitoriosas em sua carreira profissional na WSL e tem a sua maior pontuação, com 54.690 pontos corridos, desde 2018, quando obteve 51,450 e havia se classificado em terceiro lugar no ranking mundial.

Com um surfe cada vez mais evoluído, Filipe Toledo apresenta um ótimo domínio da prancha e do psicológico para entrar em água. A impressão que ele passa é a de estar completamente focado em sua carreira profissional e seus resultados são exemplos disso. Ele é a maior aposta para o título mundial esse ano.

Finalista 2: Jack Robinson

jack robinsonFoto por: Ed Sloane/World Surf League.

O australiano que começou a participar do WCT no mesmo ano que Filipe Toledo é o segundo colocado no ranking da WSL e foi responsável por se apropriar do pódio duas vezes seguida na temporada atual.

Robinson levou os dez mil pontos nas etapas de Margaret River, vencendo Filipe Toledo, e G-Land, passando longe da preocupação de se classificar dentre os surfistas que passaram pelo corte de meio de ano.

O atleta se classificou para o circuito de elite na temporada de 2020, fazendo parte do WCT em 2021. Antes, o jovem surfista tinha apenas participado de alguns eventos, mas foi no ano passado que ele competiu do início ao fim, até mesmo ganhando a última etapa, a Corona Open Mexico presented by Quiksilver, em uma bateria acirrada contra o brasileiro Deivid Silva.

Jack Robinson tem apresentado uma confiança praticamente inabalável e sua performance no ano de 2022 tem surpreendido positivamente muita gente, atraindo ainda mais atenção para seu surfe e profissionalismo. Apesar de ter apenas vinte e dois anos e esse ser seu segundo ano real de WCT, o surfista australiano é um risco para Filipe Toledo e vai fazer de tudo para sair como o campeão desse ano.

Finalista 3: Ethan Ewing

Sendo apenas um ano mais novo que o segundo colocado, o também australiano Ethan Ewing é o surfista que ocupa a terceira posição do ranking do circuito de elite, com 44.290 pontos corridos e apenas uma vitória na temporada atual.

O surfista dominou o pódio na África do Sul, no pico das famosas séries, em Jeffrey’s Bay, mais conhecido como J-Bay, derrotando o segundo colocado Jack Robinson. Ainda nessa temporada, Ewing chegou à semifinal de mais três campeonatos: o de Sunset Beach, no Havaí, e os dois da perna australiana, Bells Beach e Margaret River.

Ethan participou ativamente do CT de 2017, mas em 2018, ele apareceu no circuito em apenas um evento. Foi somente em 2021 que o australiano fez seu retorno e de lá para cá, seus resultados melhoraram em uma velocidade absurda em questão de consistência. O atleta avançou doze casas no ranking, saindo da décima quinta colocação e chegando à terceira em apenas um ano, conquistando sua primeira vitória no tour.

Finalista 4: Italo Ferreira

O campeão mundial de 2019 e atual campeão olímpico, o brasileiro Italo Ferreira ocupa o quarto lugar na classificação mundial. Sem nenhuma vitória no CT desse ano e chegando às semifinais apenas três vezes, o atleta já apresentou resultados melhores na tabela.

Em Portugal, El Salvador e no Brasil, Italo perdeu as baterias na fase antes das finais. A primeira e a segunda perda foi para Filipe Toledo e, a terceira, para Samuel Pupo. Apesar das classificações e eliminações nos eventos do tour de 2022, em entrevista ao Estadão, Ferreira revelou que sente maior constância no seu desempenho.

Ano passado Italo também competiu nas finais, tendo se classificado em segundo lugar, e perdeu para Toledo após uma boa bateria. Vale lembrar que foi no ano passado que o surfista ganhou o primeiro ouro olímpico  – não só dele, mas também do surfe como esporte olímpico – nas Olímpiadas de Tóquio.

Italo parece estar levando com mais calma os eventos e as baterias desse ano, e se conseguir ganhar a primeira bateria do dia das finais, ele ainda terá que enfrentar mais três adversários para chegar perto do título.

Finalista 5: Kanoa Igarashi

Por último, o local de Huntington Beach, na Califórnia, e que compete sob a bandeira japonesa, Kanoa Igarashi é o último colocado na WSL Finals e ocupa a quinta posição no ranking mundial.

Igarashi começou o ano muito bem, até mesmo conquistando o direito de usar a camisa amarela de competição, que marca o primeiro colocado no ranking, mas na perna australiana ele acabou indo mal e foi eliminado logo no início dos eventos. Mesmo assim, na Indonésia e em El Salvador, Kanoa deu a volta por cima e já alcançou melhores resultados.

Durante todo o decorrer do WCT em 2022, a maior classificação que o atleta alcançou foi a de terceiro lugar na Corona Open J-Bay. O ano de Igarashi contou com muitos altos e baixos, e seu surfe oscilou um pouco entre os eventos. Ainda sim, ele conseguiu se classificar para as finais, mas para chegar perto do título, terá que batalhar não apenas contra seus adversários, mas também contra o cansaço, por ter que começar na primeira bateria de quatro, sem pausas.

O ano de 2022 no circuito de elite recebeu muitos wildcards e teve a ausência de atletas como Gabriel Medina. Com a inserção do corte de meio de ano, muitos surfistas foram eliminados, mas outros tantos alcançaram resultados inusitados. O ranking atual é composto por surfistas com especialidades variadas, mas vale lembrar que Filipe Toledo tem Lower Trestles como o quintal de casa. No fim, a disputa se concentra entre Brasil e Austrália. Acompanhe a WSL Finals pelo site da WSL, entre os dias oito a dezesseis de setembro.

Foto em destaque: reprodução WSL.

 

Tayná Freitas

Escritora e jornalista nas horas vagas, fã de esporte em tempo integral - Jornalismo/UFG