Após o final da etapa de Pipeline, o circuito mundial da WSL desembarca em Abu Dhabi para o segundo evento e talvez o mais controverso de todo o calendário de 2025.

Para muitos, a WSL se vendeu para realizar um evento onde não existe nenhuma cultura de surf. Além disso, existe outro grave problema dos Emirados Árabes com os direitos LGBTQIAPN+, que interfere de forma direta na bicampeã mundial, Tyler Wright.

As críticas contra a WSL e o problema para Tyler Wright

O retorno da piscina de ondas chega em grande estilo ao circuito mundial com um projeto faraônico em Abu Dhabi. O projeto foi mantido em segredo por anos até imagens do Google Earth revelarem os planos para a piscina.

Contando com a mesma tecnologia do Surf Ranch, de Kelly Slater, parecia questão de tempo para Abu Dhabi entrar no circuito mundial. Inclusive, houve rumores de que o WSL Finals pode ser lá no futuro.

Os eventos em piscinas de ondas sempre são controversos e geram críticas por parte da comunidade, agora imagine uma etapa dessas nos Emirados Árabes, um país sem nenhuma cultura de surf e que tem problemas com direitos humanos.

É nesse momento que chegamos na atual líder do ranking da WSL, vencedora da etapa de Pipeline e bicampeã mundial, Tyler Wright. A surfista é assumidamente homossexual, algo que é considerado crime em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

WSL ignora os alertas? Tyler Wright é confirmada em Abu Dhabi apesar dos riscos
Tyler Wright usa a bandeira do arco-íris em sua lycra desde 2020 [WSL/Brent Bielmann]
A esposa de Wright já chegou a criticar a WSL de forma pública por causa do evento e afirmou que a bicampeã pode ser condenada à morte ou prisão no país por conta de suas leis severas.

A homossexualidade de Tyler não deve ser um fardo ou um obstáculo em seu local de trabalho. Minha esposa pode ser legalmente condenada à morte ou à prisão se tentar comparecer ao evento. Tyler compete neste circuito há mais de 14 anos e tem a bandeira do arco-íris em sua camisa desde 2020.

Mesmo depois de ganhar dois títulos mundiais, a WSL ainda não a valoriza o suficiente para sequer considerá-la quando vendeu este evento. A WSL tem o dever de cuidar de seus atletas para não colocá-los em circunstâncias potencialmente fatais como esta. No final das contas, a WSL não tinha absolutamente nenhum direito de vender este evento para este local esperando que seu único atleta abertamente queer participasse discretamente.

Apesar disso, Tyler Wright está confirmada no evento e vai participar da sexta bateria contra Sawyer Lindblad e Erin Brooks.

Qual será a reação de Tyler Wright e também da WSL?

Outra questão a ser resolvida é o fato de Tyler Wright usar a bandeira do arco-íris em apoio à causa LGBTQIAPN+. A WSL vai remover a bandeira da camisa da bicampeã mundial?

Tyler estará em total evidência no evento. Além de ser bicampeã mundial, a surfista acabou de vencer a etapa de Pipeline e vai usar a lycra amarela de líder do ranking no evento.

A decisão da WSL por Abu Dhabi tem obviamente motivos financeiros e para muitos fãs, a liga se vendeu pelo dinheiro do petróleo e, esqueceu todos os valores do surf.

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