William Arjona, o levantador brasileiro conhecido como “El Mago”, abriu o jogo em uma entrevista no podcast Ataque Defesa, do jornalista Alê Oliveira.
Medalhista de ouro na Olimpíada do Rio de 2016, William falou sobre a influência de grandes levantadores em sua trajetória, mas fez questão de destacar um nome em especial: Ricardinho.
Segundo William, o ex-companheiro não apenas inovou, mas desafiou o convencional e abriu caminho para novas formas de jogo.
Ricardinho: o pioneiro das “loucuras” no vôlei
William Arjona relembrou momentos em que jogou com Ricardinho e destacou como o ex-levantador foi incompreendido no início de sua carreira.
O campeão olímpico mencionou que muitos críticos julgavam o estilo inovador de Ricardinho como arriscado demais. No entanto, para ele, essa ousadia foi fundamental para transformar o vôlei.
Ricardinho revolucionou a velocidade do voleibol, é o cara que, eu brinco com ele até hoje e falo, ‘Ricardinho, quando você fazia suas loucuras lá no início da sua carreira, os caras te chamavam de louco’.
Eu lembro que o Ricardinho era louco. Eu, quando eu fiz as mesmas loucuras, me chamavam de mago.
Absorvendo o melhor de cada levantador
William Arjona destacou como sua curiosidade o levou a buscar inspiração em diferentes levantadores ao longo da carreira. Cada jogador com quem dividiu quadra deixou uma marca que ele incorporou em seu estilo.
Eu queria ser o Maurício levantando pra frente, queria ter a precisão do Marcelinho, queria ter a ousadia do Ricardo, queria ter a vibração, o comando na equipe, do Weber.
Essa mistura de influências foi essencial para William construir sua identidade como “El Mago”.
O equilíbrio entre ousadia e precisão, segundo William Arjona
William também refletiu sobre a importância de saber quando arriscar em momentos decisivos. Ele citou o exemplo de Ricardinho, que no início da carreira se arriscava mesmo em situações delicadas do jogo.
Talvez, quando ele foi rotulado como louco, era porque queria fazer uma bola ousada com 24 a 23 contra. Eu aprendi que, às vezes, é melhor ser mais Marcelinho e colocar a bola na finta para garantir a vitória.
Essa capacidade de dosar riscos, segundo William Arjona, é o que define um grande levantador. Também afirmou que, para ser ousado, precisa errar.
A importância do treino para a confiança
William enfatizou que a liberdade de inovar em quadra vem do treinamento intenso e da confiança conquistada com os técnicos.
Ele contou que, ao longo dos treinos, insistia em arriscar jogadas fora do convencional para estar preparado quando a oportunidade surgisse nos jogos.
O treinador via que eu fazia isso 30 vezes no treino. Se eu errava no jogo, ele sabia que não era sorte ou loucura; era treinado.
Para William Arjona, ser um levantador de alto nível exige não apenas talento, mas também persistência:
Quando chegava no jogo, me sentia apto a fazer e acertar. Claro, errei muito. Mas é isso: você treina para que, na hora certa, o acerto prevaleça.
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